O leitor Estevam de Toledo, no post Teste ergométrico: mitos e verdades, perguntou que outros protocolos existem além do “protocolo em rampa”. Como essa pode ser uma dúvida de muitos decidi escrever sobre o assunto.
O que são os protocolos para teste ergométrico e para que eles servem
Todo teste, não só o ergométrico, precisa de parâmetros para ser realizado. Esses parâmetros são determinados a partir de pesquisas realizadas com um grande número de pessoas e os resultados precisam mostrar que o teste é válido, ou seja ele mede exatamente aquilo que pretende medir e ainda pode ser reproduzido por outros avaliadores e os resultados poderem ser comparados. Um exemplo é o teste que mede força abdominal. O protocolo deste teste determina, dentre outras coisas, que o executante deve partir da posição deitada, flexionar o troco até a posição sentada (abdominal completo), a posição dos braços e das pernas também é determinado, conta-se a quantidade de abdominais feitos em 1min e depois compare-se com uma tabela para saber o nível de condicionamento da pessaos em relação à força abdominal. Agora imagine se cada um de nós executasse a flexão do tronco de uma maneira diferente. Uma pessoas tira apenas os ombros, a outra apoia as mãos, enfim imagine o exercício feito sem parâmetros pré-determinados. Seria impossível dizer quem tem mais força, ou quem precisa melhorar sua condição.
Escolhendo um protocolo
A escolha é feita considerando o custo-benefício e a adequação. Nem sempre temos condições de aplicar o melhor protocolo ou o mais adequado, pode nos faltar espaço, equipamento, o custo pode ser inviável. Um exemplo é o Teste de Dobras Cutâneas (para medir percentual de gordura), ele não é o teste mais adequado, mais preciso para verificar a quantidade de gordura, mas sem dúvida é o mais barato e acessível, por isso é muito usado.
Protocolos de teste ergométrico (fonte: Apostila Prof. Crivaldo G. Cardoso Jr.)
Existem dois tipos de Rampa e Escalonado
Rampa
- Incrementos de carga em tempos curtos
- Não existe tempo para “steady-state”
- Perfeito aumento contínuo ou de 1 em 1 minuto
- Mis confortável
- Maior precisão para identificar limiares
Escalonado
- Incrementos em intervalos de 3 minutos ou mais
- Período suficiente para atingir “steady-state” nas cargas baixas
- Permite melhor avaliação de VO2 para cada carga
Protocolos mais Comuns (fonte: Apostila Prof. Crivaldo G. Cardoso Jr.)
Clicloergometro
ASTRAND
- Carga inicial: 10, 25 e 50W
- Indicação: Cardiopata, mulher, homem
- Incrementos: a cada 3 minutos
- VO2 máx (ml/min): 12 x Watts + (peso x 3,5)
Esteira
BRUCE
- Estágios: 3 min
- Indicação: Treinados
- Velocidade: 1,7 – 2,5 – 3,4 – 4,2 – 5,0 – 5,5 – 6,0 mph
- VO2 máx
– Cardiopata homem: (2,327 x tempo) + 9,48
– Homem sedentário: (3,288 x tempo) + 4,07
– Homem ativo: (3,778 x tempo) + 0,19
– Mulher: (3,36 x tempo) + 1,06
- Inclinação: aumenta 2% a cada estágio
BALKE
- Estágios: 1 minuto
- Indicação: Sedentários
- Velocidade: 3,3 mph
- Inclinação: aumenta 1% a cada estágio
- VO2 máx: 14,909 + (1,444 x tempo)
NAUGHTON
- Estágios: 3 minutos
- Indicação: Cardiopatas
- Início: 2 mph, 7% de inclinação
- Inclinação: varia até 18%
- Velocidade: varia até 3,4 mph
ELLESTAD
- Estágio 2 ou 3 minutos
- Indicação: Sedentários e Treinados
- Inclinação: 4 estágios iniciais com 10% e depois com 15%
- Velocidade: 1,7 e 8 mph
Para mais informações leia: Protocolos tradicionais em ergometria, suas aplicações práticas versus protocolo de rampa
Prezada Profª Denise. Agradeço-lhe a sua prestimosa atenção. Estou certo de que sua abordagem constitui-se, de fato, em contribuição significativa para a abordagem do tema em questão. Grato. Atenciosamente. Estevam de Toledo.