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Síndrome do pânico no Esporte.

A síndrome do pânico ou transtorno do pânico (ansiedade paroxística episódica), atinge cerca de 3% da população. A Associação Brasileira de Psiquiatria conceitua Transtorno do pânico como um transtorno de ansiedade que tem como característica a presença de três síndromes: a esquiva fóbica, o ataque de pânico e a ansiedade antecipatória.

As causas da síndrome do pânico ainda não foram bem definidas, sabe-se que  fatores genéticos e ambientais, estresse acentuado, uso abusivo de certos medicamentos (as anfetaminas, por exemplo), drogas e álcool, podem favorecer a doença. O diagnóstico pode levar algum tempo para ser feito já que os sintomas se assemelham com aqueles apresentados em outras circunstâncias como: os ataques cardíacos, o hipertireoidismo, a hipoglicemia e a epilepsia.

Pressão no esporte pode desencadear síndrome do pânico

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Uma crise isolada ou reação de medo intenso, não são suficientes para diagnosticar a doença. As crises precisam ser recorrentes e provocar mudanças no comportamento e na vida do indivíduo. O transtorno do pânico é caracterizado por uma sensação de medo que produz sintomas cognitivos e físicos, iniciados de forma inesperada, aumentando sua intensidade em dez minutos.

Os sintomas mais comuns são:

Tendo em vista que os fatores que provocam esse estado são biopsicossociais, no âmbito esportivo ele tem se tornado cada vez mais frequente. Nesse meio, o estresse é considerado o principal estimulador do pânico, já que esses atletas, frente a uma competição de grande porte, sofrem de muita ansiedade, medo e pressão, tanto de si mesmo, dos seus treinadores ou da população. Por conseguinte, se um atleta sofre de síndrome do pânico cada sentimento natural do cotidiano desse atleta é potencializado, gerando um grande sofrimento. Os atletas, na maioria dos casos, demoram para procurar ajuda por entenderem que essas crises demonstram um sinal de fraqueza, agravando-se, assim, os sintomas. Em muitos casos, permanecem sofrendo, sem falar sobre o assunto durante muito tempo, temendo o resultado.

Existem vários atletas que sofrem com a síndrome do pânico, um caso conhecido foi da atleta de polo aquático, Mirela Coutinho. Tudo começou em  em 2014, quando ela se mudou para os Estados Unidos. Mirella havia recebido uma bolsa de estudos da Universidade do Havaí, para jogar polo aquático. Ela foi, mas não se adaptou ao local.

“As coisas continuavam muito difícil para mim. Resolvi começar um tratamento para ver o que era. Estava desenvolvendo Síndrome do Pânico. Eu tinha medo de ficar sozinha, era difícil para treinar com a seleção. Não porque eu não gostasse de treinar, mas simplesmente porque não conseguia. Eu chorava e tinha dificuldade para pegar meu carro e ir ao treino”, disse em entrevista.

Embora o exercício físico seja recomendado como um aliado no tratamento da síndrome do pânico, as condições e exigências em que esses exercícios são realizados podem ser um fator que desencadeie o transtorno.

Alguns atletas conseguem lidar com a pressão das competições e a exigência dos treinos de uma forma saudável, outros desistem de sua carreira por não conseguirem superar as derrotas ou as condições que lhe são impostas. O esporte possui desafios diários que esses atletas precisam superar e, muitas vezes, o não conseguir é visto como um fracasso desanimador. A incapacidade de lidar com essa pressão pode vir a gerar sintomas específicos desse transtorno.

No livro Aonde quer que eu vá, a autora e Psicóloga Beatriz Cortes conta a história de Ester. Uma ginasta que sofre toda a pressão de um campeonato mundial e, por consequência a isso, toda sua vida pessoal é afetada. Como entender o que está acontecendo consigo mesma quando você precisa dar conta de tantas outras coisas, em meio a tantas responsabilidades? O livro é ambientado nesse universo com o propósito de falar um pouco sobre a vida desses atletas atrás das câmeras e dos eventos populares, sobre seus sofrimentos e ansiedades. Ao descobrir que sofre de Transtorno do Pânico, Ester precisa aprender a lidar com a doença e, principalmente, entender que sua saúde mental é tão importante quanto sua saúde física.

Qual o tratamento para o transtorno do pânico?

Os ataques podem piorar se não houver acompanhamento médico e tratamento adequados, por isso não tenha vergonha de procurar um médico. Mesmo sabendo que rotina de atleta é dura, e são muitos os obstáculos a serem vencidos, as sensações que caracterizam a síndrome do pânico não são normais e não há vergonha nenhuma nisso.

Pode ser interessante que a pessoas vá à consulta acompanhada de alguém de sua confiança, para ajudar a relatar o problema, já que a ansiedade pode atrapalhar. E os sintomas poderiam ser confundidos com outras doenças, como mencionei acima. O médico fará muitas perguntas, pedirá alguns exames para eliminar a possibilidade de outros problemas e por fim pedirá uma avaliação psiquiátrica para fechar o diagnóstico.

O tratamento inclui medicamentos antidepressivos (tricíclicos ou de nova geração), e psicoterapia, especialmente a psicoterapia cognitivo-comportamental. Os medicamentos quase sempre são usados por um período longo é é retirada progressivamente para evitar uma recaída.

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