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Ser magro é saudável?

Há algum tempo que tenho vontade de escreve sobre esse assunto. Existe um pensamento ligado ao senso comum no qual ser magro é saudável, no entanto isso nem sempre é verdadeiro o que pode levar muitas pessoas a ignorarem a existência de algumas doenças que, em geral, são relacionadas com a obesidade.

Aliás esse é outro equívoco, embora muitas doenças crônicas estejam relacionadas com o excesso de peso, nem toda pessoa acima do peso irá desenvolver essas doenças. O que existe é uma prevalência, ou seja, pessoas com excesso de peso tem mais chance de desenvolver determinados problemas de saúde, do que as com peso definido como normal.

Eu arriscaria dizer, inclusive, que para os magros existe um risco maior, um risco que não é considerado por essas pessoas: a ignorância alimentada pela falsa sensação de que: se sou magro, sou saudável.

Em que medida ser magro é saudável

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Existem basicamente dois fatores que determinam o quão saudável somos: a genética e o estilo de vida. Sobre o primeiro, nada podemos fazer. Mas temos total controle sobre o segundo, que pode inclusive, ter um efeito positivo sobre o primeiro.

O magro é saudável apenas quando não existir a predisposição genética para desenvolver determinadas doenças e quando seu estilo de vida envolver hábitos saudáveis. Por exemplo existem pessoas magras que são diabéticas, embora seja uma doença (diabetes tipo 2) associada ao excesso de peso. O mesmo acontece com a hipertensão, com o colesterol, com o triglicérides.

Uma pessoa magra que se alimenta mal, é sedentária, é fumante, tem um trabalho estressante, reúne todos os requisitos para que sua herança genética fale mais alto.

Pressão social para ser magro é saudável?

Outro fator, que está diretamente relacionado aos hábitos de vida e que pode influenciar na saúde de pessoas magras, é a pressão social.

Somos bombardeados, diariamente, por mensagens que fazem nosso cérebro acreditar que ser magro é bom, ser gordo é ruim. Essas mensagens vem na forma da imagem de mulheres com seu abdômen negativo, homens com barriga tanquinho, roupas com modelagem que não condizem com a numeração, o sucesso dos magros nos filmes, seriados e novelas em contrapartida dos problemas encontrados pelo mais gordos. Poderia continuar citando inúmeros exemplos.

A dificuldade em se enquadrar nesses padrões sociais faz com que as pessoas cometam loucuras em prol de um corpo magro, que muitas vezes nunca chega. A ingestão de medicamentos para emagrecer, suplementos que prometem fazer milagres, dietas altamente restritivas são exemplos de comportamentos adotados por quem busca ser magro extremamente prejudiciais à saúde.

Em alguns casos, essa vontade de chegar aos padrões ditados socialmente, desencadeia transtornos alimentares severos como a anorexia, a bulimia e a orthorexia.

E então voltamos à pergunta do título dessa publicação. Ser magro é saudável?

Nem sempre!

Vamos olhar menos para a balança

Que a balança não é um bom indicador para a saúde, acho que já deu para entender. Mas qual seria a melhor forma para saber se somos saudáveis?

A “Organização  Mundial de Saúde” (OMS) define a saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”.

Um bom ponto de partida é a realização de exames periódicos, independente do fato de se sentir mal. É mais comum às mulheres fazerem isso, uma vez que a maioria visita o ginecologista ao menos uma vez ao ano, mas seria interessante que homens mantivessem uma rotina também. O médico saberá quais exames devem ser feitos, que vão variar conforme a idade e poderão descobrir algum problema em fase inicial que muitas vezes pode ser tratado só com a mudança de hábitos.

Já para o bem estar mental e social, um bom ponto de partida é olhar para si e perguntar o quão à vontade você está consigo, por exemplo, ao se olhar no espelho, o que você vê agrada ou desagrada? O quão à vontade você fica em determinada situação, por exemplo, você consegue ir à praia e usar roupa de banho (biquini, maiô, sunga)? Se você não se sente bem com o seu corpo, se sente envergonhado em alguma situação social, deixa de sair por algum motivo relacionado à sua aparência, a recomendação é que busque a ajuda de um psicólogo.

É óbvio que o psicólogo não irá mudar a sua aparência, mas poderá ajudar a se aceitar melhor  e orientar quanto à outros profissionais que poderão ajudar a mudar o seu estilo de vida para que fique mais satisfeito consigo.

Lembre-se então que antes de pesar o quão gordo o o quão magro você está, antes de colocar como meta padrões inalcançáveis de corpo perfeito, o mais importante, aquilo que irá definir melhor qualidade de vida e longevidade é a sua saúde.

Acredite, cuidar da saúde fazendo mudanças positivas nos seus hábitos alimentares, na sua rotina de atividades físicas, abandonando vícios, reservando momentos para fazer o que você gosta, é muito menos custoso e muito mais prazeroso do que continuar olhando apenas para suas formas e repetindo padrões cujos resultados apenas deixarão mais próximo de doenças que algumas vezes estarão com você para o resto da vida. Pense nisso!

 

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