Muitas pessoas têm experimentado uma sensação de pânico de ir para a academia. Recentemente, essa questão surgiu nas redes sociais e despertou minha atenção. Como profissional de educação física, gostaria de abordar esse assunto e oferecer algumas orientações para aqueles que tem pânico de ir para a academia. É importante esclarecer o que exatamente significa ter pânico e como isso pode estar afetando você.
Pânico ou síndrome do pânico é ansiedade paroxística episódica é uma doença, caracterizada pela ocorrência repentina e inexplicável de crise de ansiedade. Essa crise pode desencadear uma sensação de morte iminente. Aqueles que já passaram por isso sabem exatamente do que estou falando. No entanto, é crucial entender que essa definição não se aplica a todos os casos em que se usa o termo “pânico”.
Estudos mostram que a prática regular de exercícios físicos pode ajudar a reduzir a ansiedade. No entanto, para aqueles que se sentem desconfortáveis ou têm uma aversão à academia, não adianta explicar sobre os benefícios do exercício.
Pânico de ir para academia é diferente de medo
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Existem pessoas que realmente experimentam um verdadeiro pânico de ir para a academia, com crises de ansiedade avassaladoras e a sensação de que algo terrível vai acontecer.
Para esses casos específicos, é fundamental buscar ajuda profissional, como um psicólogo ou psiquiatra, que possa auxiliar no tratamento da síndrome do pânico. Frequentemente, esse tratamento envolve o uso de medicamentos prescritos pelo médico. E se optar por se exercitar encontrar um ambiente em que você se sinta confortável e seguro.
Não é preciso se exercitar necessariamente em uma academia. Você pode realizar seus exercícios em casa, ao ar livre ou em qualquer lugar que lhe traga bem-estar. No meu canal do Youtube, você encontrará várias aulas disponíveis, organizadas em playlists, abrangendo diferentes tipos de exercícios, como pilates, condicionamento físico, alongamento e mobilidade. Essas aulas podem ajudá-lo a controlar a ansiedade enquanto se exercita em um ambiente mais tranquilo.
Vale lembrar que o ideal é buscar a orientação de um profissional qualificado, familiarizado com casos de síndrome do pânico, para obter um atendimento adequado.
Agora, vou abordar aqueles que se referem a uma sensação desagradável ao pensar em ir para a academia, mas que não estão lidando com a síndrome do pânico.
Se você se identifica com essa sensação e não experimenta uma sensação de morte iminente, é possível que seu desconforto esteja relacionado a um medo ou vergonha de frequentar a academia. É comum ouvir relatos de pessoas que se sentem inseguras em relação ao uso dos equipamentos ou que temem não saber como utilizá-los corretamente.
Se você se enquadra nesse grupo, saiba que é possível superar essas emoções negativas.
Dividi o medo de ir para a academia em três características principais.
A primeira é o medo de ser julgado. As pessoas têm receio de serem julgadas por qualquer motivo e isso as impede de frequentar a academia. É importante compreender que o julgamento faz parte do pensamento humano e está presente em todas as nossas escolhas e percepções. Podemos exercitar a não julgar as pessoas com frequência e tentar desconstruir a ideia de que ser julgado é algo negativo. Ao entrar na academia, é natural que as pessoas possam olhar para você e fazer julgamentos, mas isso não significa que seja algo ruim. Esses julgamentos podem ser positivos, como achar uma pessoa bonita, interessante, bacana ou legal. O importante é entender que o julgamento é uma parte do convívio humano e não deixar que isso te afete.
O segundo medo é o medo de repararem no corpo. Isso pode acontecer com pessoas mais gordas, mais magras ou com qualquer característica física diferente. É importante compreender que as pessoas que estão na academia também têm suas próprias inseguranças em relação aos corpos delas. Cada um tem sua própria percepção e atributos que considera positivos ou negativos em si mesmo. É possível que você esteja projetando suas próprias inseguranças nos outros e acreditar que eles estão olhando para você da mesma forma. Lembre-se de que as pessoas estão mais preocupadas com suas próprias questões do que com as dos outros.
O terceiro medo é o medo de fazer o exercício errado, de ser descoordenado e de não acertar. É importante entender que todos na academia, inclusive os professores, já estiveram na mesma situação em algum momento. No início, é normal ter dificuldade de coordenação motora e de realizar os exercícios corretamente. Isso faz parte do processo de aprendizado. Assim como quando começamos a andar, é natural que haja desequilíbrios e quedas até que consigamos nos desenvolver e fazer isso de forma correta. Não tenha vergonha de não saber fazer algo ou de cometer erros, pois é através da prática e do treinamento que você irá progredir.
Pare de falar mal de si mesmo. Você não é pior do que ninguém e é capaz de realizar tudo o que qualquer outra pessoa consegue. A diferença entre você e alguém que faz as coisas melhor é o treino e a prática. Se você se dedicar e se esforçar, poderá alcançar seus objetivos na academia assim como em qualquer outra área da vida. Tenha confiança em si mesmo, seja gentil consigo e lembre-se de que o processo de aprendizado e evolução é pessoal e único para cada indivíduo.
