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Obesidade – parte III

Na primeira parte dos posts sobre obesidade, eu explico sobre a necessidade do tratamento ser feito por uma equipe multidisciplinar e na parte II, falo sobre a classificação do obeso.

Eu também alerto sobre a sintonia que deve existir entre os profissionais que estarão envolvidos no tratamento, mas o que esperar do primeiro contato com estes especialistas?

Avaliação Inicial

Todos os profissionais, seja médico, nutricionista ou educador físico, devem realizar uma avaliação das condições do indivíduo. Por mais experiente que seja o especialista ele precisa de informações individuais sobre o paciente/cliente. As causas da obesidade são muitas, portanto não é possível fazer um tratamento genérico, tudo deve ser feito sob medida.

O que esperar dessa avaliação?

Anamnese Clínica: todos os profissionais envolvidos deverão fazê-la, as questões serão sobre seu histórico de saúde e hábitos comportamentais, questões específicas podem aparecer dependendo do especialista consultado. É usada para conhecer histórico familiar de doenças e prever a chance de herança genética, quais as cirurgias realizadas, medicamentos tomados, problemas de saúde, hábitos alimentares, de sono, nível de atividade, etc. A partir dela será determinado quais são os outros testes ou exames necessários.

  1. FC e PA – valores da sua freqüência cardíaca em repouso e pressão arterial.
  2. Medidas antropométricas – circunferências de membros e outras partes do corpo. Largura dos ossos. Peso e altura. Auxilia na predição de riscos para problemas cardiovasculares. É utilizada para verificar a diferença entre o tamanho dos membros, como parâmetro comparativo para uma próxima avaliação e utilizada na predição da composição corporal.
  3. Composição corporal – é utilizada para o conhecimento da proporção em massa gorda e massa magra. Existem muitos métodos. O que utiliza apenas as medidas antropométricas é o menos preciso e o que apresenta o melhor resultado são
    exames por imagem (muito caros, raramente utilizados). O compasso (dobras cutâneas) apresenta resultados razoáveis, mas não deve ser usado em obesos. Uma saída com o custo benefício razoável são testes de bioimpedância.
  4. Exames bioquímicos – exames laboratoriais de sangue, urina. Apesar da porcentagem de obesos por problemas metabólicos ser baixa (5%), é interessante verificar, principalmente as dosagens hormonais. Se possível pedir para o médico incluir dosagem de Grelina e Leptina (hormônios reguladores do apetite).
  5. Eletrocardiograma – é o mínimo que se espera para verificar as condições do coração (em repouso). Havendo necessidade outros exames serão bem vindos!
  6. Teste de esforço – teste ergométrico ou ergoespirométrico (dificilmente você irá convencer seu médico para fazê-lo!). Interessante para todos, indicado a partir dos 30 anos, impressindível após os 40! O primeiro vai indicar o comportamento do seu coração e da sua pressão arterial durante o exercício e o segundo trás essas informações e também sobre o consumo de O².
  7. Outros exames podem ser solicitados dependendo de cada especialista, das suas condições de saúde e do tipo de intervenção que será feita.

O conhecimento dos resultados desses exames são importantes para todos os profissionais envolvidos, inclusive para o professor de Educação Física. A prescrição dos exercícios pode depender de alguns deles. E outros irão ajudar na verificação dos resultados, depois de um determinado período, comparando sua condição antes e depois da intervenção.

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