Os jogos olímpicos acabaram e a mídia não cansa de veicular matérias que chamam a atenção à pífia participação do Brasil. Não que esta seja minha opinião, afinal ganhamos menos medalhas de ouro, mas mais de prata e bronze, do que em jogos anteriores. Participamos em 28 modalidades, contra 26 em Atenas, com a maior participação em número total de atletas e também a maior participação feminina. A Ginástica Artística, não trouxe as medalhas esperadas, mas conquistou pela primeira vez na história uma vaga na disputa por equipes. Estes são apenas alguns exemplos que mostram que apesar do pessimismo, melhoramos um pouco… E o que fazer para termos mais campeões olímpicos?
O segredo está na base. Sim, base! Precisamos formar um base enorme para poder tirar um campeão. O raciocínio é simples se tivermos cem mil praticantes de determinada modalidade a chance de detectar um talento será maior do que se tivermos dez mil.
E como levar a prática para tantos? Através da Educação Física Escolar.
Uma Educação Física Escolar bem estruturada, ministrada por Educadores Físicos, desde a Educação Infantil (na pré-escola não há obrigatoriedade da disciplina e pode ser ministrada pela professora de sala!), pode ser a saída para detectar esses talentos e encaminhá-los para centros de treinamento onde poderão desenvolver suas habilidades específicas.
Sabemos que além de treinar duro, além usar a seu favor conhecimentos de fisiologia do exercício, biomecânica e nutrição, campeões têm um fator genético favorável. Agora pense: quantos geneticamente privilegiados para o esporte deixam de ser identificados por falta de oportunidade, por não terem uma Educação Física Escolar adequada? Quantos César Cielo temos nadando no Rio Amazonas? Quantas Martas temos nas favelas? Quantas Daiane dos Santos vendendo bala no farol? Quantos Gibas estão na frente do computador comendo bolachas recheadas? Quantos talentos estão sendo disperdiçados, simplesmente porque não temos como encontrá-los?
Ao invés de reproduzir o que é dito pela mídia, cobre melhoras na Educação Física Escolar, respeite e reconheça o trabalho do Profissional de Educação Física, incentive o investimento na escola. Incentive a formação da base, além de trazer benefícios para sociedade é o segredo para termos mais campeões olímpicos no futuro. Ou então contente-se com nossos resultados.
Eu concordo, podemos observar que em algumas modalidades é até “fácil” ser o representante brasileiro, pois poucos participam.
O atleta que conseguiu se classificar pode não ser o melhor Brasileiro, mas sim o que teve condições de treinar e investir no seu esporte.
Mas quanto a os brasileiros que chegaram lá eu tive a impressão que estavam inseguros, nem pareciam acostumados a competições, acho que própria mídia atrapalha.
Geraram uma cobrança que não trouxe bons resultados
Parabéns
Ótimo Blog
Abraço
Meu pai é professor de educação física, então posso dizer com conhecimento de causa: as escolas tratam educação física como uma brincadeira. Literalmente. Não acham isso importante para o currículo escolar, se esquecendo que é a partir daí que muitas crianças encontram um caminho na vida ao invés de seguir “direções erradas”, vamos dizer assim.
Abraços e bom início de semana pra ti 😉
Respondendo para Jackweb…
Você captou direitinho a questão hoje o atleta que está representando O Brasil é o melhor dentre aqueles que tiveram acesso à estrutura de treinamento. Quanto à insegurança que você percebeu e eu também, tem relação com outra questão, nem todos têm acompanhamento psicológico adequado e não digo apenas durante os jogos. Esse acompanhamento deve existir durante todo o processo de treinamento é tão importante quanto a parte técnica, tática e a preparação física. Tínhamos atletas bem preparados e pouco confiantes.
Quanto à pressão da mídia, ela existe e faz parte da vida do atleta, assim como a dor, os horários rígidos, a alimentação equilibrada. Sua profissão tem prós e contras a deles também!
Um abraço
Profª Esp. Denise Carceroni
Respondendo ao Rodrigo…
Oi Rodrigo!
Sempre participando ativamente do Fique INforma! Agora entendo melhor…é uma questão de berço!!!
Você disse tudo. Enquanto a Educação Física Escolar for encarada como um momento exclusivamente lúdico, quase que um tempo livre para brincar, continuaremos perdendo a oportunidade de melhorar inúmeras condições de nossa crianças no que se refere à saúde, educação, segurança e eventualmente detecção de talentos esportivos.
Um abraço
Profª Esp. Denise Carceroni
A Educação Física no Brasil é tratada mais pro lado da brincadeira mesmo… mais pra passar o tempo.