Novas descobertas sobre contração muscular, feitas por cientistas americanos colocam em dúvida praticamente todo o conhecimento sobre o assunto que temos hoje. Ainda não é possível afirmar como esses conhecimentos serão afetados e quais conceitos terão que ser revistos. O fato é que a ciência é assim mesmo, principalmente quando dependemos de uma tecnologia que ainda não existe para confirmarmos o que teoria nos diz. O tempo passa, a tecnologia necessária chega, as teorias deixam de ser só teorias e mais pesquisas são necessárias para que conceitos de décadas sejam mudados. É esse o caso.
Novas descobertas sobre contração muscular
Os músculos se contraem como uma malha gerando forças em múltiplas direções e não mais apenas longitudinalmente, é o que diz o estudo realizado por pesquisadores da da Universidade de Washington, publicado na revista Proceedings of the Royal Society B (leia o resumo original aqui).
Pesquisadores fizeram esta descoberta ao usar modelos de computador para testar a geometria e física do trabalho muscular. Os resultados computacionais das tendências de força foram validadas através de experimentos de difração de raios X no músculo do vôo da mariposa, que é muito semelhante ao músculo cardíaco humano.
O pensamento predominante dos últimos 50 anos é que 100% da força muscular vinha de como os músculos encurtam e os filamentos de miosina e actina se sobrepõem. Ocorre que quando isolados, os efeitos dos filamentos sobrepostos, nós só temos cerca de metade da mudança na força que os fisiologistas reconhecem que os músculos são capazes de produzir. O resto da força, segundo David Williams, um dos pesquisadores, deve ser creditado ao trabalho da estrutura de filamentos que se expande para fora em um abaulamento muscular.
Thomas Daniel, um dos cientistas envolvidos na pesquisa afirmou que esse aspecto da geração de força está se transformando em uma característica fundamental da compreensão dos aspectos normais e patológicos do músculo. A variação no espaçamentos entre os filamentos de actina e miosina nessa rede seriam responsáveis por entre 20% e 50% da variação na força.
Esses achados não se aplicam apenas aos músculos do aparelho locomotor, mas todos os músculos, incluindo o cardíaco. Os músculos continuam gerando força com o deslizamento da actina e miosina o que mudou é que a miosina desliza em diversos ângulos gerando força radial.
O que muda na prática?
Nada! Não dá para dizer ainda na prática do exercício o que essa descoberta poderá mudar. Serão necessários muitos outros estudos que considerem essa nova condição para que possamos entender qual a influência que essa contração em malha pode trazer para o treinamento. E pode ser que nada mude, pode ser que as novas pesquisas indiquem que na prática tudo continua igual.
A única certeza que tenho é que os pesquisadores terão muito trabalho pela frente!
Para saber mais, leia a matéria publicada no Science Daily clicando aqui (em inglês).