Todo praticante de exercício já passou pela experiência de estar exausto e de repente se sentir estimulado a continuar porque ouviu uma música que gosta. A música ajuda no desempenho do exercício e isso foi comprovado por cientistas faz tempo.
Pesquisas científicas comprovaram que determinadas músicas podem influenciar o desempenho esportivo. O responsável por uma das análises foi o treinador e pesquisador inglês da Universidade de Brunel, em Londres, Costas Karageorghis que estudou por mais de 20 anos as relações entre a música e esporte.
O estudo, publicado em 2009 pelo Journal of Sport & Exercice Psycology, concluiu que a trilha sonora perfeita reúne alguns elementos fundamentais que pode fazer o indivíduo se exercitar com mais disposição. O desempenho das pessoas que foram avaliadas por Karageorghis aumentava conforme a música obedecesse a certas características.
De acordo com a orientadora nos mestrados em Educação Física e Ciências do Envelhecimento e doutora em Educação Física, Maria Luiza de Jesus Miranda, não é só nas atividades físicas que a música tem poder sobre o ser humano. Para ela, é importante ressaltar que devido as sonoridades que são percebidas pelo cérebro, a reação pode ser diferente em cada um. “Alguns gêneros musicais acalmam outros aceleram, mas isso vai depender do estado de excitação que a pessoa está”, afirma. “Em movimentos ou esforços muito repetitivos, o som é um elemento de distração que faz a pessoa permanecer mais tempo na atividade”.
Como a música ajuda no desempenho do exercício físico
Na pesquisa de Karageorghis foram somados quatro fatores que explicavam como a música poderia exercer papel fundamental na elevação de energia do indivíduo. O primeiro era de acordo com o ritmo, pois é a velocidade e o número de batidas por minuto (BPM) que dita à regra (são necessários mais de 120 BPM para promover uma resposta física no corpo do ouvinte). Ou seja, quanto maior o esforço, mais rápida a música tem que ser.
Determinados conjuntos tornam a música motivacional e estimulante. Também foi observado o contexto, aliado a outros elementos que reflete na forma e nos efeitos positivos que cada um deles condicionam em cada pessoa. Por último, tem a chamada associação musical que nada mais é do que as conexões que fazendo com determinadas musicas.
Segundo Eduardo Bortoletto, personal trainer da Unika Academia, a música é indispensável nas aulas de ginástica e musculação. “Procuramos colocar ritmos que combinem com as aulas. Por exemplo, para o alongamento colocamos um ritmo mais tranquilo, e na aula de bicicleta, músicas eletrônicas que façam relação com o movimento pedido pelo professor”, explica.
Saber usar a música é fundamental
Apenas escolher uma música calma para a aula de pilates ou alongamento e uma agitada para a aula de bike, não basta. Em muitas atividades a música não serve apenas de fundo, ela dita o ritmo, a cadência e até o objetivo do exercício.
Enquanto na sala de musculação qualquer música mais agitada e que agrade ao público presente no horário cumpre com a função e na aula de alongamento um som mais tranquilo agrada quem precisa desacelerar, em aulas como step, jump e bike é a seleção musical que faz a diferença entre uma aula boa e uma aula ruim.
Professores de ginástica que não conseguem trabalhar dentro da frase musical podem transformar uma aula sensacional em um martírio sem fim para quem está participando. Isso é facilmente identificado quando a música não “casa”, não combina com o exercício que está sendo feito e não tem relação com o ritmo, mas com a contagem dos tempos da música.
Uma aula de jump fora da frase musical é horrível uma de step, impossível. A de bike exige ainda mais atenção por parte do professor uma vez que a música escolhida precisa estar de acordo com o objetivo daquela aula ou daquela parte da aula.
Quer saber um pouco mais sobre o assunto? Recomendo a leitura do texto: Musicalidade – parte 1: escolhendo a música certa para cada tipo de aula.