Com a chegada do verão, muitas pessoas querem ficar com a saúde e com o corpo em dia. Porém, fazer exercícios físicos no verão sem um preparo adequado pode resultar em uma série de problemas, ao invés do “corpo sarado”.
São comuns problemas musculares, como distensões, contraturas e dores musculares, além de problemas decorrentes da excessiva exposição ao sol, como queimaduras de pele, insolação e desidratação.
O ortopedista e médico do esporte do Núcleo de Ortopedia do Hospital Samaritano de São Paulo, Marco Antonio Ambrósio, lembra alguns cuidados especiais que devem ser levados em consideração ao fazer exercícios físicos no verão: escolha de roupas adequadas, como camisetas confortáveis e tênis adequado, além de outros mecanismos de proteção como boné e óculos escuros; uso de protetor solar; manter-se hidratado, já que no calor o corpo perde mais água e sais minerais durante a prática da atividade física.
A escolha do horário para o treino também é importante. O mais indicado é praticar atividades no início da manhã, pois a poluição e a temperatura são menores, ou de noite, quando o calor é mais ameno. A alimentação também deve ser cuidada. A pessoa deve optar por alimentos de fácil digestão, como vegetais, carnes magras e frutas, evitando doces e gorduras.
“Uma dieta saudável aliada à atividade física é uma receita infalível para boa saúde e bom condicionamento físico”, afirma o especialista.
Cuidados com exercícios físicos no verão
Corrida na praia – A combinação férias, verão e praia levam muitos atletas a praticar sua corrida na areia. Esse item também requer cuidados especiais, como por exemplo, optar por correr descalço ou com tênis. Ambrósio explica que o correto é não fazer o treino na praia descalça, mas vai depender do tipo de areia. “Se a areia for fofa, não existe contraindicação, pode colocar o pé na areia. Mas na parte mais dura é importante usar um tênis com amortecedor”, diz.
E para escolher qual parte da areia é melhor para correr, o especialista explica que o ideal é alternar os dois terrenos. “A areia fofa serve como uma resistência extra a ser vencida, já que trabalha uma força específica. Na areia batida não existe muito impacto, se comparado ao asfalto, e isso diminui o estresse nas articulações, o que é muito bom para o início da temporada de treinos”.
Ambrósio lembra também que a corrida na areia cansa muito mais. Além do terreno ser mais difícil, é possível que a praia seja inclinada, tenha obstáculos e, se for perto do mar, ainda tem a corrente da água dificultando o movimento. O fim do treino pode ser feito com a água batendo na canela, em um ritmo mais leve. Assim os músculos relaxam e o corredor continua trabalhando.
“Trocar a corrida no asfalto por um treino à beira mar fortalece tornozelos, articulações e todos os músculos que ficam abaixo do joelho. O terreno arenoso oferece muitos pontos positivos para o treino. Mesmo que não corra, realizar movimentos como saltos, deslocamentos laterais e ziguezagues na areia contribuem para a estabilidade das articulações e o fortalecimento dos músculos inferiores”, destaca o especialista.
Entre os benefícios associados à corrida na praia estão equilíbrio, agilidade e força. Porém, a regra de considerar o nível de preparo físico antes de começar e os cuidados com aquecimento antes e alongamento pré e pós-treinos são essenciais. “Uma pessoa que nunca praticou atividade física não deve se arriscar em uma corrida na areia fofa, porque vai forçar a lombar e as articulações. As chances de se lesionar são enormes, além da possibilidade de torcer o pé, que não está com a musculatura preparada para um piso irregular”.
Vale lembrar ainda que exercícios na areia fofa queimam mais calorias porque o gasto energético para realizar os movimentos é maior. Estudos comprovam que a corrida na areia chega a queimar 60% mais calorias por milha (equivale a 1,6 km) que a mesma distância realizada no asfalto. Ou seja: a areia emagrece mais.