A tão aclamada e desejada função de Personal Trainer ao contrário do que muitos acham não é algo novo.
No livro Responsabilidade Civil das Academias de Ginástica e Personal Trainer (indicado por nós neste post), o autor Eduardo Sanches define o Personal Trainer como:
Profissional formado/graduado em Educação Física que ministra aulas personalizadas, formulando e executando programas de treinamento específicos para cada aluno.
O artigo publicado na Revista Brasileira de Ciências do Esporte intitulado O Personal Trainer na Perspectiva do Marketing diz que o Personal Trainer chega ao Brasil em meados dos anos 1980 e tem o seu “boom” em 1990.
Eu diria que o termo Personal Trainer pode ter chegado em meados de 1980, mas a função existe há mais tempo, só não tinha um nome glamuroso, era chamado apenas de Professor Particular. Assim como existiam professores particulares de inglês haviam os de ginástica e atividades afins. Lembro de uma tia que dava aulas particulares de Yoga em meados de 1970, de diversos professores particulares de Tênis e os relatos de Nuno Cobra em A Semente da Vitória que datam inicialmente da década de 1950.
O termo, obviamente importado, ganha força quando celebridades internacionais passam a desfilar os resultados conseguidos com os exercícios e atribuem ao personal training. Ter um Personal Trainer passa a ser chic e caro. O tempo foi passando, os professores particulares sumindo e a quantidade de Personal Trainers aumentando vertiginosamente, na mesma proporção em que cursos de Educação Física foram surgindo. Era a chance de trabalhar com o que se gosta e ganhar muito bem, ter um bom salário como professor de Educação Física torna-se uma realidade possível.
E então nos deparamos com a implacável lei de mercado, oferta X procura, os valores da hora aula começam a cair, aqueles que têm uma visão mais empreendedora entendem que preço é diferente de valor e seguram a onda, mas a maioria cede, o que era chic e caro passa a ser lugar comum. A própria expressão Personal Trainer começa a perder força e glamour.
Hoje o que vemos pipocar por aí são cursos de Coaching, que neste caso nada mais são que aqueles Professores Particulares que evoluiram para o Personal Trainer e que agora ganharam um novo nome. É claro que como toda evolução que se preze, o atendimento, o conteúdo ministrado também evoluiu. Havia uma preocupação exclusiva com a técnica, que passou a ser uma preocupação biológica e hoje é biopsicosocial.
É claro que o Coaching na nossa área continua ministrando aulas personalizadas, formulando e executando programas de treinamento específicos para cada aluno, mas não pára por aí vai além, cuida do aluno como um todo. O Coaching agrega valor e por isso é mais valorizado no mercado.
A próxima vez que for reclamar que o preço da sua aula está baixo, pense no que pode melhorar. Mude de profissão ou então evolua!