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Qual a diferença entre mobilidade e flexibilidade

Existe uma confusão nas definições de mobilidade e flexibilidade, inclusive entre nós profissionais da área de educação física, e não que nos falte conhecimento, falta apenas olhar realmente para a questão. E foi exatamente isso que me motivou a escrever esse texto.

A mobilidade tem relação com a amplitude do movimento e portanto está diretamente relacionada às articulação envolvidas. Ter uma boa mobilidade articular, ou se preferir uma mobilidade articular adequada pode ser a diferença entre sentir ou não sentir dor. E certamente faz diferença na qualidade do movimento, impactando por exemplo, nos resultados como um melhor desempenho nas atividades esportivas.

E onde entra a flexibilidade? A flexibilidade é um componente da mobilidade.

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Diferença entre mobilidade e flexibilidade

A mobilidade pode ser dividida em dois componente: flexibilidade e capacidade de extensão. A primeira depende das articulações e discos e a extensibilidade depende dos músculos, tendões, ligamentos e das capsulas articulares. (Schneider et al, 1995).

A flexibilidade é conseguida por meio da amplitude de movimento de forma passiva e estática. Já a mobilidade permite atingir a amplitude de movimento de forma ativa. A gente precisa da flexibilidade para atingir uma melhor mobilidade.

Os exercícios usados com o objetivo de melhorar a flexibilidade são aqueles conhecidos como exercícios de alongamento. Já os exercícios usados com o objetivo de melhorar a mobilidade usam tanto exercícios de alongamento quanto exercícios de força. Sendo assim é possível ser muito flexível e ter pouca mobilidade, assim como ter uma boa mobilidade e ser pouco flexível.

É preciso tomar cuidado aqui, pois não estamos falando de qualquer exercício de força. São exercícios específicos que podem promover a melhora da mobilidade articular.

Perdemos mobilidade por não usarmos o nosso corpo

Se considerarmos pessoas que não sofreram qualquer tipo de acidente que tenha levado à lesão dos tecidos articulares e pessoas que não têm qualquer doença que leve à degeneração das articulações, o provável é que a baixa mobilidade esteja relacionada ao baixo uso dessas articulações.

Nosso corpo funciona pela lógica da economia de energia e da proteção. Quanto menos usamos o nosso corpo para executar tarefas mais ele trabalha para economizar energia. Nosso corpo entende que se a gente não está usando os músculos, não precisamos de tanta massa muscular, se não estamos usando as articulações, elas podem fazer movimentos mais curtinhos, pois são mais econômicos e assim, com o passar dos anos, vamos atrofiando. Vamos perdendo as capacidades físicas, o que é acentuado conforme envelhecemos. As estruturas do nosso aparelho locomotor precisam de movimento para se manterem saudáveis, precisam de estímulo.

Ocorre que no nosso cotidiano ainda precisamos executar muitos movimentos e quanto mais sedentários nos tornamos, mais o corpo responde limitando os movimentos a fim de proteger as estruturas. Quando vamos além, sem planejamento, sem controle, sentimos dor e estamos sujeitos às lesões. Que por sua vez vão tornar nossos movimentos ainda mais limitados.

Como recuperar a mobilidade

Se a mobilidade tem relação com o movimento a forma de recuperarmos a mobilidade é por meio dele. Se você sente dores articulares, se tem limitação para executar movimentos precisa começar a se exercitar, o ideal é que busque a ajuda de um profissional de educação física que tenha conhecimento e utilize exercícios que promovam a melhora da mobilidade nas suas prescrições. Talvez você não consiga voltar a ter a total amplitude articular necessária para a realização de alguns movimentos, mas certamente terá uma melhora nessa amplitude.

Geralmente profissionais que trabalham com treinamento funcional fazem uso habitual desse tipo de exercício e poderão te ajudar.

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