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Dia mundial de combate ao Fumo: Fumar pode deixar você na cadeira de rodas

Hoje é o Dia Mundial de Combate ao Fumo e resolvi aproveitar para contar minha história para vocês.

Cigarro causa câncer de pulmão, causa câncer bucal, aumenta os riscos de doenças cardiovasculares. Fumar mata! Isso não é novidade, está na mídia e nos pacotes de cigarro, mas na maioria das vezes é uma realidade distante de nós.

Durante muitos anos fui uma fumante passiva, fumei indiretamente durante toda a minha infância, meu pais eram fumantes… Meu pai após um problema de saúde largou o cigarro, morreu de acidente. Minha mãe fumou dos 12 aos 64 anos…é isso mesmo. E é a história recente dela que vou contar.

A Dona Sonia sempre foi uma pessoa ativa, jogou volei na adolescência, foi jogadora de boliche, tem formação superior, sempre foi super ativa e mesmo sem precisar, trabalhava. Tanto eu como meu irmão sempre reclamamos do cigarro e ouvíamos a mesma ladainha, era a vida dela… O que não lhe faltava era conhecimento sobre as consequências dos fumo. Em um rompante extremo, cheguei a dizer para ela que morrer era o menor dos problemas. O que se mostrou verdade.

Há três anos a saúde da D. Sonia começou a dar sinais de que não ia bem. Dores nas costas eram a desculpa para sair cada vez menos, sentia grande dificuldade para se locomover. Se alimentava no quarto. Desenvolveu um pseudo pânico de ir ao banheiro e passou a não beber água para urinar menos. Diante desse quadro e após muita luta meu irmão conseguiu levá-la ao médico (tinha total aversão). Continuava fumando.

Em um primeiro momento minha mãe foi diagnosticada como paciente psiquiátrica, tinha atitudes extremas de pânico e não falava coisa com coisa. Por sorte não havia vaga no pronto socorro para verificar seus sinais vitais e levaram-na até a UTI que estava vazia e possuia o equipamento necessário. De lá ela só saiu um mês e uma parada cardíaca depois…

As dores nas costas eram uma pneumonia, a dificuldade para se locomover acontecia em função da insuficiência respiratória. Portanto cada vez que ia ao banheiro, sentia falta de ar e passou a entrar em pânico por isso. Tem DPOC, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica.

Fazem pouco mais de dois anos da primeira internação, pois tivemos outra a cerca de um ano atrás e desde lá minha mãe não faz mais nada sozinha. Está com o juízo perfeito (ou quase!!!), mas depende de cadeira de rodas, não se veste sozinha, usa fraldas etc

Tem todos os movimentos, mas não tem força para sustentar seu peso. Para caminhar sente falta de ar, mas se não caminha fica cada vez mais fraca. Faz fisioterapia para manter uma condição mínima e não sentir dor com a artrose que já se instalou no seu quadril. Tudo isso por levar uma vida sedentária e fumando sem parar. Será que valeu a pena?

É inevitável a comparação que faço dela com minhas alunas na mesma faixa etária e é triste, pois poderia ter uma vida muito diferente, mas a vida que está levando foi escolha dela.

Todos estamos sujeitos a adoecer e por isso perder nossa mobilidade, nossa liberdade. Existem alguns atos, algumas decisões que tomamos na vida que podem ser determinantes no desenvolvimento dessas doenças e que podem ser perfeitamente evitáveis dependendo apenas das nossas decisões. Levar uma vida saudável, sem uso de susbtâncias toxicas, alimentando-se adequadamente e fazendo atividade física, não nos garante vida longa, pois acidentes acontecem, mas garantem uma velhice com mais dignidade.

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Atualização…

Em 21 de dezembro de 2011 minha mãe faleceu, após ser internada pela terceira vez. Essa internação durou mais de um mês, na UTI, onde a vimos piorar dia após dia. Um grande sofrimento para todos.

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