A aula de Ginástica Localizada é uma das mais tradicionais aulas de academia. *Nascida em meados da década de 80, chegou como uma alternativa ou complemento às aulas de Ginástica Aeróbica e permanece até hoje. Um clássico das academias.
*Recebi um comentário do Prof. João Cláudio Alencastro Guimarães, me alertando sobre um erro cometido nesse texto e explicando que: ” Este estilo nasceu nas academias do Rio de Janeiro e era conhecida por Ginástica Rítmica. Foi criada pelo Prof. Gaspar (João Gaspar Melo). A ginástica Localizada não veio como alternativa à Ginástica Aeróbica ela é pelo menos 12 anos mais antiga.”
Fui então buscar mais informações sobre o assunto e me deparei com o seguinte. A ginástica localizada, como a conhecemos, é remanescente da Calistenia e era a única opção de ginástica oferecida até o final do anos 1970 no Rio de Janeiro, e então, a partir de 1980, que as academias começaram a oferecer a ginástica aeróbica (Arsego, 2012).
A primeira academia teria sido fundada no Rio de Janeiro em 1930, na Rua Duvivier (Copacabana), sob a responsabilidade da Profª Gretch Hillefeld,que se fundamentava no método de Ginástica Analítica, com adaptações às necessidades e características do povo brasileiro.
De acordo com Guiseline (1994), um dos primeiros professores a atuar com a Ginástica Localizada no Brasil, a função dos exercícios localizados é melhorar a força e a resistência dos principais grupos musculares.
Trocando em miúdos a Ginástica Localizada é aquela aula feita com pesinhos. Os benefícios são muitos melhora a força e a resistência muscular, melhora a postura, deixa o corpo mais torneado, mais durinho.
Muitos anos se passaram e as aulas de Ginástica Localizada continuam resistindo na grade de horários das academias. Entra moda, sai moda e ela continua lá, há quem não a troque por nada, mas muita coisa mudou no decorrer desses anos.
Não se faz mais uma quantidade interminável de repetições do mesmo exercício e nem a maioria dos alunos usa apenas halteres e caneleiras leves. O avanço científico na Educação Física nos proporciona hoje aulas muito mais dinâmicas, onde os exercícios são divididos em séries muito mais curtas o que possibilita a manipulação das cargas. Estratégias usadas na sala de musculação foram trazidas para a sala de ginástica, tornando a aula também mais eficaz.
O surgimento de novos implementos também enriqueceu muito a aula de Local. Antes restritos aos halteres e caneleiras, quando muito uma medicine ball e um bastão, atualmente os professores contam com steps, jumps, barras e anilhas, bolas de diversos tamanhos, tubos e bandas elásticas. Tornando as aulas mais atrativas e diversificadas, as combinações são infinitas, depende da criatividade do professor.
Geralmente em uma aula trabalha-se 11 grupos musculares:
- Peitorais
- Dorsais (costas)
- Bíceps (braço)
- Tríceps (braço – tchauzinho)
- Ombros
- Quadríceps (coxa – frente)
- Posteriores da coxa (coxa – atrás)
- Adutores (coxa – interna)
- Abdutores (coxa – externa)
- Panturrilha (batata da perna)
- Abdominais (barriga)
A ordem vai depender da estratégia usada pelo professor. Em algumas academias é feita um periodização, os grupos musculares são divididos em A e B e trabalhados em dias diferentes. Há vantagens e desvantagens em utilizar esse sistema, mas irei abordar o assunto em outro post.
Fui aluna de localizada no final da década de 1980, acompanhei sua evolução e há anos trabalho com essa modalidade. Minhas aulas tem um público predominantemente feminino. Apesar de adorar ministrá-la prefiro fazer musculação. E você? Conte a sua experiência!
Referência:
ARSEGO, N. R. Motivação á prática regular de atividades físicas, na academia de ginástica: uma revisão de literatura. Monografia (Bacharelado). Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2012.