Atestado médico para fazer exercício não é exagero, é necessidade. O atestado médico exigido nas academias de ginástica significam mais segurança para o aluno treinar e mais segurança para o professor prescrever o exercício.
Existem doenças que são silenciosas, não apresentam sintomas e precisam de um médico para serem identificadas. Ao contrário do que se imagina essas doenças acometem pessoas de qualquer idade. Tenho um exemplo disso em casa, meu filho, de 22 anos, desenvolveu diabetes. Hipertensão, alterações no colesterol e alterações cardíacas são outros exemplos que podem passar desapercebidos. Isso sem contar os problemas ortopédicos e posturais que com certeza serão agravados por exercícios mal conduzidos.
Além disso em alguns estados e municípios há leis específicas que vinculam a prática de exercícios em academias e clubes à apresentação do atestado médico, como é o caso de São Paulo (Lei Estadual Nº 10.848, de 06 de julho 2.001 – artigo 5º).
Medo de não ser liberado pelo médico
O medo do médico identificar algum problema e não liberar para a prática de exercícios pode ser um dos fatores que levam às pessoas resistirem em procurar atendimento para solicitar o atestado. Esse medo é infundado, pois o médico sabe que o exercício melhora a qualidade de vida, inclusive de pessoas que possuem problemas de saúde.
Ao contrário do que se imagina, ao identificar alguma doença, além de indicar o tratamento, o médico escreverá no atestado que aquele aluno necessita de atenção especial, norteando o trabalho do professor que irá prescrever o exercício. Mais segurança para o aluno, mais segurança para o professor.
O atestado é fundamental a medida que alguns exercícios são contra indicados e até oferecem riscos para a saúde daqueles que por ventura têm algum problema.
Por exemplo:
- Alunos hipertensos devem evitar exercícios isométricos
- Alunos diabéticos não podem se exercitar se a glicemia estiver acima de 250 mg/dl
- Alunos com desvios na coluna devem evitar sobrecarga acima dos ombros
- Alunos com teste de esforço positivo só podem se exercitar até atingir a frequência cardíaca indicada pelo médico
O que deve constar no atestado médico para a academia?
Segundo o Cardiologista, Dr. Nabil Ghorayeb, baseado na diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, a avaliação deve conter anamnese precisa, exame físico minucioso, com ênfase para o aparelho cardiovascular, e de testes complementares como o teste ergométrico, recomendado para homens acima de 35 e mulheres acima de 45 anos. E ainda no atestado, o médico deve explicitar se o paciente não tem contraindicações para atividade física, qual o tipo de exercício adequado, se a atividade deve ser feita sob prescrição ou acompanhamento médico ou se está proibido de praticar exercícios. É recomendável também informar as limitações clínicas existentes e determinar a frequência cardíaca mínima e máxima de exercício.
E você já passou pelo médico para pedir o seu atestado? Ainda não? Exercitar-se sem conhecer se está tudo funcionando corretamente no seu corpo é falta de responsabilidade e de respeito para com os profissionais que cuidam do seu corpo e principalmente com você mesmo.
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Enquanto eu escrevia este post, meu filho, que comentei logo acima, que é diabético, foi ao médico justamente para pegar o atestado que irá levar para a academia. Como passou o fim de semana fora, me entregou o atestado hoje (02 maio 2011). Para minha surpresa no atestado consta apenas:
“Apresenta boas condições clinicas, apto a prática de exercícios físicos”
E eu pergunto: Como assim, boas condições clínicas? Ele é diabético!!! E isso não é citado no atestado!!!
Portanto atenção: Se você tem algum problema de saúde e o médico não colocou no seu atestado, avise aos professores que irão trabalhar com você. E garanta um atendimento adequado.