Arquitetura favorecendo vendas e retenção, foi a palestra que mais me chamou a atenção na 12a IHRSA Fitness Brasil, eu sabia que uma academia bonita, bem projetada poderia influenciar na decisão do aluno, só não imaginava quanto e tão pouco como.
A palestra foi ministrada pela Arquiteta Patrícia Totaro, autora do livro Arquitetura Esportiva e responsável por inúmeros projetos de academias, vários de redes bastante conhecidas.
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| Pelé Club Belém – Projeto Patrícia Totaro |
O primeiro ponto colocado pela Arquiteta é chamando a atenção para o que representa a academia na vida das pessoas. Academia é o local de lazer e disputa espaço com a praia, o parque, o bar etc. É o terceiro espaço em grau de importância na vida das pessoas. O primeiro é a casa, o segundo é o trabalho e o terceiro é o lugar de lazer.
“A academia tem que ser vista não somente como um espaço para a atividade física”
Planejamento
No post Como abrir uma academia de ginástica: O plano de negócio – parte 1, falo sobre determinar como será o seu negócio, qual será o seu público alvo. Essa é uma escolha prévia que tem total relação com o projeto arquitetônico do lugar.
Enquanto assistia à palestra da Patrícia me veio a imagem de uma academia que conheço bem e que por acaso o projeto é assinado por ela. Identifiquei vários aspectos que indicavam uma academia voltada para um público jovem. No entanto a equipe de profissionais contratada inicialmente para trabalhar era inteira acima dos 30 anos, alguns próximos dos 40. Problema nenhum, se não destoasse totalmente do que a arquitetura do local estava dizendo. Um erro estratégico que pode ter contribuído para algumas dificuldades nas vendas.
A arquitetura da academia deve refletir os desejos e anseios do grupo para o qual ela foi projetada, isso fará com que as pessoas daquele grupo se sintam bem naquele local. Uma academia para a classe A tem que ser diferente daquela feita para atender à classe C. A prova disso está em uma pesquisa onde perguntaram à mulheres da classe A e C como elas sabiam que estavam bem vestidas e a respostas foram bem distintas. As da classe A disseram que sabiam que estavam bem vestidas quando era notadas por todos e as da classe C quando ninguém as notava. Na arquitetura não será diferente, construir uma academia para a classe A igual a muitas outras, sem nada para diferenciá-la é pedir para afastar o público alvo. E o contrário também é verdadeiro uma academia para classe C muito imponente, muito diferente, pode passar a mensagem: não entre, sou muito cara para o seu bolso!
O projeto
Tudo deve ser pensado, e nessa hora contar com a ajuda de um arquiteto experiente faz diferença.
A fachada precisa ser atraente e mostrar o que acontece naquele local. A entrada da academia, a recepção além de acolher quem chega, precisa causar impacto e despertar interesse.
Os espaços precisam ser bem distribuídos para evitar áreas congestionadas e áreas vazias demais. É preciso considerar inclusive a área destinada aos vestiários e à circulação interna (corredores).
A iluminação permite criar ambientes diferentes, inclusive variando no decorrer do dia, tanto pensando em economia quanto pensando em adequar ao tipo de público de cada horário.
Esse assunto rende. Aguardem os próximos posts!