Para atingir uma noite de sono plena, os indivíduos precisam em média, de sete a oito horas de repouso diárias. Este período é ideal para que haja um reparo das funções do organismo, para o desenvolvimento normal do cérebro e para os processos de memória e aprendizado. Mas, e para quem pratica exercícios físicos e utiliza o corpo como ferramenta de trabalho? Será que estas horas são suficientes? Quantas horas de sono um atleta precisa?
Segundo a fisioterapeuta especialista em Medicina do Sono da Duoflex, Carolina Elena Carmona de Oliveira, assim como os atletas precisam de mais calorias, eles também necessitam de mais horas de sono. “O esportista passa horas extensas em treinamento, por isso, necessita de mais tempo de sono para recuperar as energias que foram consumidas. Sendo assim, deve dormir cerca de uma hora extra a mais por dia. Alguns já fazem isso indo dormir mais cedo”, esclarece.
A especialista também acrescenta, que a falta de sono pode ocasionar uma série de problemas capazes de comprometer o desempenho físico e mental do atleta. “Na ausência de um descanso adequado, os esportistas têm a sua energia reduzida, já que a privação do sono reduz a capacidade do organismo em armazenar glicogênio – energia que o indivíduo precisa, sobretudo, para os treinos de resistência. Além disso, as poucas horas de sono fazem com que o atleta tenha reflexos menos precisos e tomem decisões mais lentamente”, ressalta.
Quantas horas de sono um atleta precisa?
Pesquisas comprovam que o aumento do sono traz benefícios reais aos atletas. Para se ter uma ideia, um estudo de 2011 acompanhou um time de basquete da Universidade de Stanford, por vários meses. Os jogadores adicionaram uma média de quase duas horas de sono por noite e os resultados foram surpreendentes. Eles aumentaram a sua velocidade em até 5% e seus lances livres foram 9% mais precisos.
Quanto às alterações hormonais, a fisioterapeuta também alerta que, não dormir o suficiente, aumenta os níveis de cortisol, hormônio ligado ao estresse, e reduz os níveis do GH, o hormônio do crescimento, que, dentre tantas outras funções, ajuda a manter o tônus muscular, evita o acúmulo de gordura e melhora o desempenho físico.
Atenção à postura– A especialista ainda destaca a importância em manter a postura correta durante a noite de sono. Enquanto o indivíduo dorme, perde o controle da musculatura da cabeça, por isso, o uso de travesseiros adequados ao biótipo e gosto pessoal deve ser fundamental.
“O travesseiro em altura e suporte apropriados ao seu biotipo faz com que a postura de descanso favoreça a anatomia fisiológica da coluna, além de evitar torções e inflamações dos tecidos, que podem ser lesões extremamente prejudiciais para um atleta”, completa.
A posição mais indicada para se dormir é sempre de lado, em posição de decúbito lateral. Esta não pode ser confundida com a posição de fetal, onde se faz uma flexão exacerbada em toda a coluna vertebral, prejudicando-a com o passar dos dias. “Tanto faz se é do lado direito ou do lado esquerdo. Nesta posição é recomendável utilizar um travesseiro para apoio da cabeça, em uma altura que se encaixe perfeitamente entre ela e o colchão, formando assim, um ângulo de 90 graus no pescoço. E outro entre os joelhos, que deverão estar, preferencialmente, semiflexionados”, conclui.